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03/09/2014
Prefeito divulga relatório que reúne mais de 8 mil ações de combate à mudanças climáticas no mundo

Na primeira plenária da 5ª Reunião de Cúpula do C40 em Joanesburgo, organização revela que em dois anos cresceu a conscientização dos governos municipais diante dos efeitos do aquecimento global
Por: Administrador

Fotos: J.P.Engelbrecht

O prefeito Eduardo Paes deu início nesta quarta-​feira (05​/02), na cidade sul-africana de Joanesburgo, à 5ª Reunião de Cúpula do C40, sua primeira como presidente da organização que reúne prefeitos das principais cidades do mundo para discutir ações de enfrentamento às mudanças climáticas e suas consequências. Após uma terça-feira de reuniões internas, em que o prefeito dirigiu pela primeira vez o encontro de diretores, ​o "C40 City Mayors Summit - Joburg 2014" foi aberto oficialmente nesta quarta-feira com a apresentação ​do relatório Climate Action in Megacities Volume 2.0 - ​CAM 2.0​, pesquisa inédita que detalha as mais de oito mil ações de combate, mitigação e adaptação aos efeitos do aquecimento global promovidas pelas megacidadesao redor do mundo. De 2011 (quando o primeiro relatório foi divulgadoem São Paulo​) para 2013 dobraram o número de projetos e políticas públicas em torno do tema.

 

Das oito mil ações, 41% representam atividades que beneficiam toda a cidade e não estão restritas a um bairro ou região. Dos municípios registrados, 98% indicam que a mudança climática apresenta riscos significativos para as suas populações e infraestruturas.

 

Durante a primeira plenária do encontro de prefeitos do C40, foi discutida importância de gerar sistemas de medição, monitoramento e dados:

 

- Mesmo que ​você ​olhe para as cidades mais ricas​, nunca existirá​dinheiro suficiente pra fazer tudo o​ que precisamos e queremos. Medições são fundamentais para indicar  as vulnerabilidades e priorizar o investimento, otimizando a aplicação de recursos​ -  afirmou Eduardo Paes que usou como exemplo o Centro de Operações Rio e o sistema de sirenes:

 

- São ações integradas que evitam a morte de pessoas. Não podemos impedir que a chuva caia e temos que lidar com a realidade de que somos uma cidade tropical cercada de montanhas e favelas e com várias bacias que alagam. Mas decidimos agir a curto prazo, criando o sistema de sirenes que tocam sempre que a previsão de chuva e a precipitação atingem determinado nível; e a médio e longo prazo, mapendo as regiões com alto risco de deslizamentos e alagamentos e definindo obras que podem ser feitas para evitar que desastres aconteçam e, quando não há intervenção capaz de fazer isso, retirarmos as pessoas desses lugares e levá-las para moradias dignas em locais seguros.

 

O Rio de Janeiro é citado no relatório como exemplo de cidade com ações sustentáveis efetivas, como a implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit - corredor exclusivo para ônibus articulados) - e da segunda maior malha cicloviária da América Latina, com 346km, perdendo apenas para Bogotá. Os dois investimentos já estão diminuindo a emissão de gases do efeito estufa na cidade, assim como o Fertilurb, iniciativa da Comlurb que transforma material orgânico descartado em adubo.

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Segundo o relatório, mais da metade das cidades membros do C40 (35) já desenvolvem ou planejam desenvolver o sistema de BRT, a exemplo do Rio de Janeiro, 57% delas em países desenvolvidos do Hemisfério Norte. De acordo com o prefeito do Rio, a implantação do sistema possibilitará a retirada de oito mil ônibus de circulação, promovendo uma redução significativa na emissão de gases poluentes na cidade:

 

- As cidades que não têm tanto poder ou tanto dinheiro, podem criar soluções inovadoras como os BRTs, que são muito mais baratos que o metrô. São soluções que podem ser implementadas agora. Outra iniciativa que fez diferença e está entre as principais tomadas pela prefeitura é o maior cuidado e investimento no tratamento de lixo.

 

A pesquisa também aponta que a estratégia do C40 de usar o esquema de redes aumentou, com sucesso, a colaboração entre as cidades. Por exemplo, há um aumento de 500% em cidades que implementaram programas de compartilhamento de biciletas:em 2011, apenas ​seis possuiam o sistema, em 2013 já eram 36. Para Paes, isso é uma mostra de que está nas mãos dos prefeitos a missão de melhorar a resiliência climática através do corte de emissões de gases poluentes.

 

- É importante que uma iniciativa inovadora como o BRT, que veio de Curitiba, esteja se espalhando para cidades mais desenvolvidas. E a América do Sul vai continuar liderando estas ações. O Rio acaba de ganhar o título de cidade mais inteligente do mundo no Barcelona City Expo, sendo o principal projeto o nosso Centro de Operações. Além disso, estamos implementando um conceito que classificamos como Polisdigitocracia, que significa usar a tecnologia para se comunicar melhor com os cidadãos e criar conhecimento sobre as mudanças climáticas. É este tipo de iniciativa que compartilhamos entre os prefeitos para espalhar essas ações ao redor do mundo -  disse o prefeito do Rio, para quem o esforço dos membros da organização está acelerando as ações das cidades mundiais em escala "transformadora". 

Último presidente do C40 e atual presidente do Conselho da organização, Michael Bloomberg falou sobre a transmissão de cargo para o prefeito do Rio e lembrou que Eduardo Paes passa por um momento de grandes desafios, reforçando sua confiança no brasileiro:

 

- Ele está enfrentando muitos desafios, já que o Rio de Janeiro terá uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos logo depois. Mas ele é um ótimo prefeito e está encarando esses desafios, que todas as cidades têm.

 

Bloomberg falou ainda sobre a necessidade de as cidades serem criativas para não dependerem unicamente de incentivos dos governos federais:

 

- Se você tem um prefeito forte, ele pode convencer a esfera federal de que um certo projeto que necessita de investimentos é do interesse público e vale a pena. Mas os prefeitos podem fazer muita coisa sem precisar recorrer à União, como é o caso de ciclovias e muitas outras das oito mil ações que as cidades do C40 fizeram nos últimos anos.

 

​

Nos próximos 20 anos, 70% da população mundial vai viver nas cidades. As 63​ cidades que compõem o C40 hoje representam globalmente 600 milhões de pessoas, 5% de emissões de gases do efeito estufa e 21% de PIB do planeta. Durante a Conferência Rio+20 das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012, o C40 anunciou que as ações existentes das cidades-membro vão reduzir emissões anuais de gases do efeito estufa em 248 milhões de toneladas até 2020, e que a previsão de redução potencial até 2030 será de mais de 1 bilhão de toneladas.

 

O diretor executivo do C40, Mark Watt, acredita que o materialdivulgado nesse primeiro dia da 5a Reunião de Cúpula do C40 ​será de grande importância para nortear as ações das cidades e permitir a elaboração de metas:

 

- Nossos dados vão informar a direção estratégica dos programas e iniciativas do C40 e permitir que as cidades estipulem metas, avaliem ações e acessem fontes. Essa habilidade de medir nossos esforços é crítica, dada a necessidade urgente de reduzir as emissões e os riscos climáticos.As cidades demonstraram que têm liderança ao promoverem​ ações eficientes ​contra mudanças climá​ticas. Elas são pragmáticas e têm impacto no crescimento econômico das cidades​ e na​ expansão de seu papel de interferir no impasse que existe no nível dos governos nacionais.

 

 

Com o tema "Rumo a megacidades resilientes e habitáveis - demonstrando ação, impacto e oportunidade", o encontro bianual da C40acontece pela primeira vez na África. P​residido pelo prefeito Eduardo Paes, o encontro​reunirá até esta quinta-feira (6) em Joanesburgo, na África do Sul, Michael Bloomberg, último presidente do C40 e ex-prefeito de Nova York; Mpho Parks Tau, prefeito de Joanesburgo; Christiana Figueres, secretária-executiva das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, além dos prefeitos de mais de 40 grandes cidadesdo mundo, como Oslo, Houston, Curitiba e Copenhagen.​ Ainda nesta quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes faz um entrevista coletiva ao lado de outros prefeitos e membros da C40, participa de almoço com Christina Figueres e encerra o dia com seu discurso oficial de posse como oprimeiro prefeito de uma cidade emergente a presidir o C40.

 

RIO DE JANEIRO SUSTENTÁVEL

 

CICLOVIAS - A meta da Prefeitura do Rio é expandir a malha de ciclovias para 450 km até 2016, em todas as regiões da cidade, possibilitando a integração deste meio de transporte com outros modais, como BRT'S, metrô, rodoviárias, trens e barcas, evitando assim o uso do carro. Atualmente, a cidade conta com 346 km de ciclovia, o que a torna a segunda maior malha cicloviária da América Latina, perdendo apenas para a capital colombiana, Bogotá, com 360 km.

 

BRT - Até 2016, a capacidade do transporte coletivo no município passará de 18% para 63%, graças á implantação dos novos corredores BRT (Bus Rapid Transit): Transoeste (em funcionamento)  TransCarioca, TransOlímpica e TransBrasil.  Ao todo, serão 150 quilômetros de vias especiais para ônibus articulados. O Sistema BRT está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico sem agredir o meio ambiente, usando recursos naturais de forma inteligente. Cada veículo do BRT circula com biodiesel B-20 (combustível renovável) e utilizam o motor Euro5, de padrão europeu, considerado bem menos poluente que os motores da frota comum. Além disso, cada ônibus BRT equivale a três comuns, o que já representa uma redução significativa na emissão de gases poluentes. O número menor de paradas ao longo do corredor (as estações são pré-definidas) e a via sem congestionamento reduzem as saídas em primeira marcha, que também contribuem para a redução de gases poluentes na atmosfera.

 

FERTILURB -  Projeto piloto da Prefeitura do Rio, o Fertilurb pretende gerar entre 15 mil e 18 mil metros cúbicos de fertilizante por ano através da separação de material orgânico descartado. O tratamento de lixo, evitando desperdício, estimulando o reaproveitamento do material orgânico e identificando alternativas de tratamento, é um dos principais desafios das cidades atualmente. O composto resultante do material é usado no programa de reflorestamento da cidade.

 

OUTROS DADOS REVELADOS PELO CAM 2.0​:

 

Adaptação e Água

 

â— As cidades estão levando a adaptação climática a sério – 98% das cidades a reconhecem como uma ameaça que apresenta um risco significativo

​ à sua população e estão alocando recursos (80% das cidades) e mão de obra (83% das cidades) para desenvolver soluções.

 

â— 89% das cidades relatadas têm poder de agir em relação à Adaptação

​ ◠​​ ​77% ​t​êm poder de agir em relação Água​.

 

Eficiência Energética

 

â— 90% das cidades analisadas estão realizando iniciativas em relação à iluminação pública para reduzir emissões e introduzir tecnologia inteligente de iluminação de rua.

 

â— Do total das ações de eficiência de energia em prédios, 69% das ações focaram em reduzir demandas energéticas em prédios, incluindo o monitoramento de uso de energia.

 

â— 84% e 88% das cidades analisadas têm poder de agir em prédios e em iluminação pública, respectivamente.

 

Oferta de Energia

 

â— A transformação de lixo em energia é um sucesso entre as cidades, com a maior proporção (64%) de ações transformadoras e significantes, incluindo captura de gás metano em aterros e geração de energia de baixo carbono através da digestão anaeróbica em locais de tratamento de lixo.

 

â— Um terço das ações de oferta de energia planejadas para uma expansão futura focará em gerar energia através do lixo.

 

â— 49% das cidades analisadas têm poder em relação à oferta de energia.

 

Finanças e desenvolvimento econômico

 

â— 47% das cidades estabeleceram seus próprios fundos de investimento em eficiência energética, energia renovável ou projetos de redução de carbono.

 

â— Mais de 50% de todas as ações planejadas já estão em estágio piloto, sugerindo um forte potencial de inovação e crescimento.

 

â— 70% das cidades analisadas têm poder de agir no setor de Finanças e Economia

 

Comunidades Sustentáveis

 

â— As cidades do C40 estão implementando mais de 350 ações no desenvolvimento de comunidades sustentáveis, com uma tendência a ações mais transformadores ou significativa​s

 

â— 76% das cidades pretendem expandir ações de desenvolvimento em escala comunitária que já estão em progresso, o que mostra que as cidades estão acelerando suas respostas à mudança clim

á​tica.

 

â— 58% e 25% das cidades analisadas têm poder de agir nos setores de Comida e Agricultura e de Informação e Tecnologia da Comunicação, respectivamente.

 

Transporte

 

â— O setor de Transporte teve o maior aumento em ações reportadas: 150% comparado a 2011.

 

â— As cidades estão realizando 1.534 ações em transporte, das quais 873 em transporte privados e 661 em transporte de massa.

 

â— 49% das ações analisadas têm como meta promover ciclismo e passeio público – mais do que qualquer outra área de atuação em transporte privado.

 

â— 88% das cidades analisadas têm o poder de agir em transporte.

 

Lixo

 

â— 65% das ações em redução de lixo estão em estágios transformadores e sendo entregues em toda a cidade.

 

â— 92% das cidades que estão agindo no tratamento de lixo estão implementando administração de gás em aterros e transformação de gás em energia.

 

â— 82% das cidades analisadas tem poder de agir no lixo











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